Participação dos importados no consumo brasileiro aumenta para 22,5% e bate novo recorde

A participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional não para de crescer. O Coeficiente de Penetração de Importações atingiu 22,5% no primeiro trimestre deste ano. O indicador, que aumentou 0,4 ponto percentual em relação ao último trimestre de 2013, é o mais alto da série histórica, iniciada em 2007, informa o estudo Coeficientes de Abertura Comercial, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira, 16 de maio. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a participação dos importados cresceu 1,4 ponto percentual no início de 2014.

Esse crescimento, avalia o estudo, é resultado dos aumentos persistentes no Coeficiente de Penetração de Importações na indústria de transformação, segmento em que o indicador subiu de 20,5% no final de 2013 para 20,9% no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período, o coeficiente de importações na indústria extrativa caiu de 57,5% para 54,9%.

Entre os 23 setores da indústria de transformação pesquisados, o coeficiente de penetração de importações  caiu apenas nos de farmoquímicos e farmacêuticos e no de outros equipamentos de transporte (navios,  reboques, aviões e outros). As maiores altas do indicador foram registradas nas indústrias de veículos automotores, produtos diversos, vestuário, têxteis e produtos de metal.

"O avanço da participação das importações não faz parte de uma estratégia das empresas. É mais um indicador que confirma a falta de competitividade da indústria brasileira. Com baixa produtividade e custos elevados, a indústria nacional está perdendo mercado interno e externo", avalia o gerente executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca. Ele destaca que, enquanto o coeficiente de penetração das importações aumentou, o de exportações ficou estável e só não caiu por causa da desvalorização do real frente ao dólar no primeiro trimestre.

EXPORTAÇÕES E CÂMBIO - O coeficiente de exportação, que mede a importância das vendas externas no valor da produção da indústria, ficou em 19,8% no primeiro trimestre, praticamente igual aos 19,7% do final do ano passado.  "Os coeficientes da indústria extrativa e da indústria de transformação têm observado comportamentos distintos", diz o estudo, elaborado em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).  Na indústria extrativa, o indicador caiu 1,4 ponto percentual em relação ao último trimestre de 2013. Na indústria de transformação, o coeficiente ficou estável, em 16%.

"O valor das exportações de produtos industriais em dólares no primeiro trimestre deste ano é menor que o observado no último trimestre de 2013 (redução de 1%). Contudo, a desvalorização do câmbio impediu a queda do coeficiente. Em reais, as exportações aumentaram 2,6%", informa o estudo trimestral.

Fonte: aeb.com.br