Preços dos alimentos caem pelo terceiro mês seguido

Os preços dos alimentos calculados mensalmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) caíram em julho pelo terceiro mês seguido. O Indicador de Preços de Alimentos da FAO chegou a 205,9 pontos em julho, uma queda de quatro pontos em comparação com junho e de sete pontos, ou 3,3%, em relação a julho de 2012. Segundo a instituição, a queda nos preços deve-se, principalmente, à redução dos valores de soja, outros grãos, óleo de palma e açúcar.

O índice de óleos registrou no mês passado o menor valor nos últimos três anos. Um dos motivos apontados pela FAO é a grande oferta de óleo de soja na Argentina, previsão de uma boa safra de soja nos Estados Unidos e demanda mundial menor. A situação se repete no caso do óleo de palma, que teve demanda baixa, principalmente na China, e produção elevada.

Entre os cereais, a FAO destaca que o índice de preços de julho foi 13% menor do que o do mesmo período de 2012 e afirma que esta queda foi impulsionada pela redução "acentuada" no preço do milho, pois as culturas do grão foram beneficiadas por boas safras e aumento da produção. O relatório da FAO destaca que o preço do trigo também caiu, porém menos do que os de outros cereais em razão dos altos volumes exportados. Os valores do arroz se mostraram mais suscetíveis à região produtora: ficaram baixos na Tailândia, mas elevados no Vietnã.

Os preços dos derivados de leite também caíram, mas num ritmo menor do que nos dois meses anteriores devido a uma disponibilidade menor na Oceania e à estagnação na produção em países que são tradicionalmente exportadores na Europa, América do Sul e nos Estados Unidos. A FAO observou também que o preço das carnes se manteve estável em relação a junho porque houve queda nos valores das carnes de frango e porco, mas aumentaram os preços de ovinos e bovinos.

"Há sinais de que os preços internacionais da carne estão diminuindo face à menor demanda por importação do produto, especialmente de países asiáticos que estão com aumento de produção e, em alguns casos, acumulando estoques de carne produzida internamente", afirmou o relatório da instituição.

O preço do açúcar caiu em média 1,5% em julho, pelo quarto mês seguido. A FAO cita excedentes de produção nas principais áreas produtoras da commodity, principalmente o Brasil. Neste caso, o baixo preço do etanol, segundo a agência das Nações Unidas, tornou mais competitivo para as empresas transformar a cana em açúcar em vez de combustível. Essa decisão, observa a FAO, contribui para reduzir as pressões nos preços internacionais. O índice de preços da FAO é calculado a partir do preço de 55 commodities e da participação delas nas exportações.

Fonte: Agência ANBA - notícia de 8.8.2013

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